O percevejo marrom da soja

Euschistus heros é uma das quatro espécies de percevejos mais importantes que atacam a cultura da soja. Sendo que as outras três são o percevejo verde Nezara viridula, o percevejo pequeno Piezodorus guildinii e o barriga verde Dichelops sp. Sua importância se deve ao fato de estar presente em todas as regiões produtoras de soja desde o Sul até o Norte do país. Sendo que as maiores densidades populacionais dessa praga são encontradas em climas mais quentes compreendendo o Norte do Estado do Paraná, Centro Oeste, Norte e Nordeste brasileiro.

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Euschistus heros.

Danos

Tanto as fases de ninfas quando os adultos ocasionam danos à cultura, a partir da fase de formação das vagens até o final do desenvolvimento das sementes (R3 a R7). Iniciam a colonização da soja a partir do final do período vegetativo da cultura, ou logo após, durante a floração (R1 a R2). No entanto, a partir do início do aparecimento das vagens (R3) as populações aumentam, principalmente as ninfas, atingindo o pico populacional máximo no final da fase de enchimento de grãos (R6). A partir daí a população tende a decrescer, com a soja atingindo a maturação fisiológica (R7).

Ao contrário de P. guildinii e N. viridula, que induzem um distúrbio fisiológico nas plantas de soja denominado como “soja Louca”, que afeta a maturação normal das plantas atacadas, permanecendo estas com as folhas verdes ao final do ciclo. Os danos resultantes do ataque de E. heros estão diretamente relacionados com a sua alimentação nas vagens ou grãos de soja. Com as suas picadas, para se alimentarem, os percevejos atingem diretamente os grãos em formação e dependendo do estágio em que se encontra, os danos diretos vão variar desde a inviabilização total da semente, por abortamento, até a redução do vigor e potencial germinativo. Além de provocarem lesões nas sementes que servirão de porta de entrada de fungos e bactérias.

Aspectos bioecológicos

Como o próprio nome comum diz, os adultos apresentam coloração marrom escura, com dois prolongamentos laterais no pronoto, em forma de espinhos. A longevidade média do adulto é de 116 dias e apresenta fertilidade média 130 ovos durante a sua vida. Os ovos são amarelados e depositados em pequenas massas com 5-8 ovos em folhas e vagens de soja, apresentando mancha rósea próximo à eclosão das ninfas. As ninfas recém-eclodidas medem cerca de 1,3 mm e têm o corpo alaranjado e a cabeça preta. Apresentam hábito gregário e permanecem sobre os ovos até que atinjam o segundo instar. No terceiro instar ocorre maior dispersão dessas ninfas, nesse estágio de desenvolvimento as ninfas passam a causar danos as sementes de soja. As ninfas maiores (terceiro ao quinto instar) apresentam coloração que pode variar de cinza a marrom. Vários fatores interferem na duração do ciclo biológico desses insetos. De uma forma geral o ciclo biológico de ovo a adulto é de 28 dias a 25oC.

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Ciclo de vida do percevejo marrom.

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Ciclo de vida do percevejo marrom.

O percevejo marrom da soja

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Para o controle do percevejo marrom da soja e outros percevejos é essencial que se faça o monitoramento da praga. O monitoramento deve ser iniciado na fase de floração R1 a R2 e deve ser feito semanalmente na fase crítica de desenvolvimento da semente (R3 a R6), onde ocorre as maiores densidades populacionais da praga.

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O monitoramento é importante para saber o momento de se fazer a aplicação e avaliar a eficiência de controle após aplicação do produto. A ferramenta que auxilia essa observação é o pano de batida. Consta de um pano branco de 1 m de comprimento por 1 a 1,5 m de largura, tendo nas bordas uma bainha onde são inseridos dois cabos de madeira. O pano devidamente enrolado e sem perturbar as plantas é introduzido entre duas fileiras adjacentes de soja e estendido sobre o solo. Rapidamente, as plantas das duas fileiras de soja são inclinadas sobre o pano de batida vigorosamente. Em seguida os insetos sobre o pano são contados e registrados em fichas de monitoramento. No caso de plantios adensados recomenda-se estender o pano sobre uma das linhas de soja e fazer o processo de monitoramento na linha adjacente.

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Utilização do “pano de batida” para o monitoramento.

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Em geral, o monitoramento deve ser realizado em 15 a 27 pontos amostrais, iniciando o caminhamento a partir da periferia da lavoura, com um número maior de pontos de amostragem, onde em geral, os percevejos iniciam a infestação.

O controle deve ser realizado somente quando forem atingidos os níveis de dois percevejos por pano de batida (= 1 m de fileira de planta) para lavouras de grãos e um percevejo por pano de batida para produção de sementes, considerando ninfas de terceiro ao quinto instar e adultos das diferentes espécies de percevejos fitófagos. Atualmente discute-se a redução do nível de ação para densidades inferiores às utilizadas tradicionalmente.

Várias espécies de inimigos naturais são encontradas nas lavouras de soja, reduzindo as populações dos percevejos e mantendo-as abaixo do nível de dano econômico. Vinte espécies de micro himenópteros já foram constatadas e a maioria desses parasitoides atacam ovos de diversos percevejos. Os parasitoides de ovos constituem o grupo de inimigos naturais mais importante. Sendo Trissolcus basalis e Telenomus podisi os mais importantes e com potencial para uso em controle biológico aplicado, uma vez que T. podisi apresenta preferência por ovos de E. heros, enquanto T. basalis apresenta preferência por ovos de N. viridula.

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Trissolcus basalis parasitando ovos de percevejo.

O controle químico é a principal ferramenta de manejo de percevejos, na cultura da soja. São registrados mais de 53 produtos comerciais para o controle de E. heros. No entanto, estes produtos estão agrupados em apenas 3 grupos químicos com modo de ação distintos, os quais são o organosforados, neonicotinóides e piretróides. Dentro do grupo dos organosforados, o acefato é o principal produto empregado para o controle, seguido pela malationa, clorpirifós e fenitrotiona. Para o grupo dos neonicotinóides, inseticidas com os ingredientes ativos acetamiprid, dinotefuran, imidicloprid e thiametoxam, bem como o inseticida sulfoxaflor com o mesmo modo de ação dos anteriores vem sendo recomendados na maioria dos casos em mistura com os inseticidas do grupo dos piretróides composto pelos ingredientes ativos alfa-cipermetrina, bifentrina, beta-ciflutrina, cipermetrina, esfenvalerato, fenpropatrina, lambda-cialotrina e zeta-cipermetrina.

Embora existam poucos grupos químicos com modo de ação distintos, e a pressão de seleção com inseticidas para essa praga seja alta, em média 3 a 4 aplicações na safra. Trabalhos de monitoramento da resistência desenvolvidos pela PROMIP em parcerias com o Comitê de Ação a Resistência a Inseticida (IRAC-BR) e outras empresas detentoras dessas moléculas não tem detectado problemas de desenvolvimento de resistência a essas moléculas.

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O controle químico é a principal ferramenta de manejo de percevejos, na cultura da soja.

Manejo da Resistência de
Pragas a Táticas de Controle

A PROMIP possui corpo técnico qualificado, estrutura e equipamentos para a realização de bioanálises toxicológicas visando a caracterização, detecção e monitoramento da resistência de pragas-alvo através de métodos genotípicos e fenotípicos.

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